segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Quem quer ser um mau Gestor, Patrão ou Chefe?

Como em Portugal está em vias de extinção o mau Gestor/Empresário, decidi fazer aqui um breve resumo e exposição de algumas orientações para que esta espécie de líder não se perca. Isto Porque, como ouvi alguém dizer: “Em Portugal existem Patrões e não Empresários”. Ironias à parte, serviu-me de guia para esta demanda, de grande utilidade pública, o livro 'Ética para Engenheiros – Desafiando o síndroma do vaivém Challenger' da autoria de Arménio Rego e Jorge Braga.

Colosso - Goya
Assim, aqui ficam as orientações de como se deve comportar um mau gestor, e com isso diminuir a confiança, motivação e produtividade da empresa ou projecto que lidera:
•    Tratar as pessoas sem dignidade e respeito, lidar elas como se elas fossem irresponsáveis, incapazes, incompetentes, e meros instrumentos e objectos;
•    Guardar a informação de que dispõe, mesmo a que poderia ajudar os colaboradores a tomar melhores decisões e executar melhor as funções;
•    Medir e controlar em excesso desempenhos, relações, atitudes e comportamentos (guardas, relógios de ponto, câmaras ocultas, sistemas de GPS, visitas-surpresa, entre outras);
•    Reagir agressivamente perante pessoas que tragam as informações e notícias desfavoráveis ou desagradáveis;
•    Estruturar as funções dos colaboradores de tal modo que restringir a iniciativa;
•    Centralizar a tomada de decisão. Não promover a participação. Não delegar;
•    Actuar de modo incongruente com aquilo que diz. “Pregar” uma determinada orientação, mas actuar de modo inconsistente com ela.
•     Fazer promessas que sabem que não se pode cumprir;
•    Adoptar procedimentos distintos para diferentes pessoas e consoante as “circunstâncias”;
•    Não comunicar claramente aos seus colaboradores o que deles esperar, não valorizar os seus desempenhos, não determinar claramente os padrões de avaliação, etc. Ser ambíguo, com intuitos manipuladores, chegando mesmo a induzir os colaboradores a actuarem de uma determinada maneira para que os possa acusar posteriormente;
•    Distribuir os sacrifícios, mas remeter para si próprio todos os dividendos alcançados com esses sacrifícios, abandonando os colaboradores que se tenham sacrificado pela emprega em épocas mais favoráveis;
•    Subornar e praticar outros actos ilícitos;
•    Incrementar os salários dos gestores de topo ao mesmo tempo que fazem despedimentos em massa e de modo injusto;
•    Não se preocupar com a segurança dos seus produtos ou colaboradores, encarado os acidentes de trabalho como uma mera fatalidade;
•    Não valorizar devidamente as vidas pessoais e familiares dos seus colaboradores;
•    Repreender em público e não em privado, humilhar as pessoa;
•    Fornecer apenas feedback negativo e só estar presente quando é necessário repreender, mas nunca elogiar comportamentos meritórios. Não ser consistentes, ora um mesmo comportamento é elogiado ora é repreendido;
•    Não ser competente no exercício das suas funções. Não procurar o auto-desenvolvimento, melhor e mais formação para si e para os seus funcionário e colaboradores

Provavelmente muitos mais seriam os exemplos de má conduta empresarial e profissional. - e pessoal. Fica convite os que entendem que faltam. Parece importante lembrar estes maus exemplo, pois no futuro, alguns dos que hoje são meros funcionários também serão gestores de empresas ou chefes de secção ou departamento e poderão cair nestes erros.
É bom não esquecer saber estar e compreender a posição alheia, atendendo às suas necessidades e dificuldades.

7 comentários:

  1. Pessoalmente este debate é muito interessante. A questão da gestão, empresas e afins... todavia acho que poderías problematiza mais este ponto e colocar menos pontos do livro, enchem muito e não podemos pegar neles. Olha por exemplo podías falar-nos sobre os pontos apontados desde o nível pessoal, no teu emprego, ou de terceiros. Que tipo de violações, porque surgiram, tonar mais verossímil! Para mim, e pelo que aprendi no meu trabalho de campo, ser mau gestor é desde logo acreditar que se é bom gestor, isto é, que não há mais nada a acrescentar, cristalizar uma fórmula que poderá já ter tido sucesso. (Parece-me um bom começo!)! Abraço

    ResponderEliminar
  2. Do livro em causa resumi bastante, mais de metade do que está no original. Não referi experiências pessoais de modo a não contaminar com uma análise demasiado subjectiva, que poderia ser demasiado tendenciosa. Os tópicos apresentadas são da autoria de especialistas da área da Gestão de Empresas e de Recursos Humanos. Deixo ao critério de cada um analisa-los e fazer a comparação com o que vive no seu meio laboral.

    ResponderEliminar
  3. Tiago Santosnovembro 10, 2009

    Caro Micael,
    mais uma vez, os meus parabéns pela temática escolhida. Creio que esta é uma questão de fundo de toda a sociedade portuguesa e que devia ser discutida por todos.

    É importante acabar com alguns chavões que se instalaram no nosso meio:

    Em primeiro lugar, os empresários não são todos iguais. Nem todos querem o lucro fácil que se torna efémero num ápice. Felizmente existem os que sabem que uma empresa é uma estrutura que deve ser construida sob fortes pilares. Aqui há algumas divergências, mas na minha opinião, estes passam por: Rigor, lideranças fortes e justas, formação pessoal e profissional e ainda competência.
    Bem sabemos que, como disses-te no texto, há empresários que não têm visão temporal superior a um par de meses, vendo dessa forma os seus colaboradores como meros meios para atingir um fim - dividendos.
    Não tenhamos ilusões, dos que pensam assim, poucos aguentam o ritmo frenético da evolução económica a nível mundial. Pode resultar em algumas zonas do globo, mas, felizmente para nós, não em Portugal (pelo menos é isso que espero e acredito).

    Os colaboradores também não são todos iguais. Nem são todos uma cambada de calões, que só trabalham com o chefe a dar em cima, nem são todos uns colaboradores exceocionais cheios de brio no trabalho. O que é importante é saber diferenciar o trigo do joio, mas para isso o que é que precisamos? Eu sei! Bons líderes (gestores, patrões ou Chefes).

    ResponderEliminar
  4. O termo Patrão era Pejorativo , precisamos é de bons empresários e bons chefes, com consciência social e de justiça. Tendo essa consciência a motivação que contribui para o aumento de produtividade e qualidade final dos produtos aparece.

    ResponderEliminar
  5. Acho preocupante o risco de extinção do tradicional patrão português, que é exactamente o alvo das características apontadas.
    É um facto histórico que o rigor profissional dos pequenos empresários portugueses, com mais de 35/40 é diminuto, devido ,em parte, á fraca educação tida.
    No entanto os governos pós-25 de Abril também aparecem na factura, ao extinguirem cursos profissionais que muitas pessoas seguiriam, em vez de se ficarem pelo 4/6º ano, aumentando a sua escolaridade e capacidades profissionais.
    Penso ainda que uma nova geração de empresários está a sair das universidades:
    Individualistas, preocupada com os melhores lucros possíveis (doa a quem doer), seja tanto em grandes como micro-empresas.
    A longa crise que enfrentamos alterou mentalidades e tanto as familias como os empresários não mais virão o mundo como dantes.

    ResponderEliminar
  6. Pedro Quentalnovembro 11, 2009

    Interessante este tema amigo Micael... foi o suficiente para sair da prateleira e arriscar um comentário...

    Esta questão é muito subjectiva pois o que define o bom e o mau gestor não é nem será, algo de linear.
    A todo o contexto empresarial, devemos adicionar um sem numero de factores, desde a área de negócio, público alvo, colaboradores, fornecedores, profissionalização dos trabalhadores, crises, etc, etc, etc... Assim poderemos ter óptimos gestores que sejam péssimos patrões e vice-versa.

    O que realmente é transversal à gestão e/ou patronato, é a meu ver o mais importante.. Liderança e respeito pela equipa...

    ResponderEliminar
  7. Todos estes tópicos são aplicáveis a todas as organizações e permitem uma grande gama de leituras. No entanto, o que no meu entender há que salientar, e ai concordo com o Pedro, é o respeito. Se analisarmos bem os vários pontos, neles está sempre explicito ou implícito o valor do respeito na organização. Talvez seja o problema seja o respeito ser demasiado subjectivo e arbitrário, quando não o deveria ser.

    ResponderEliminar

Artigos relacionados

Related Posts with Thumbnails
WOOK - www.wook.pt

TOP WOOK - Arte

TOP WOOK - Dicionários

TOP WOOK - Economia e Finanças

TOP WOOK - Engenharia

TOP WOOK - Ensino e Educação

TOP WOOK - Gestão

TOP WOOK - LITERATURA





A Busca pela sabedoria - criado em Agosto de 2009 por Micael Sousa



Introduza o seu e-mail para receber a newsletter do blogue: