quarta-feira, 23 de junho de 2010

Evoluímos ambientalmente em Portugal, então e as restantes vertentes da cidadania?

No último texto que escrevi para o blogue “Redundâncias da Actualidade”, local onde coloco on-line os artigos de opinião de intervenções públicas, confesso que fiquei com algumas dúvidas sobre qual o blogue mais indicado para o divulgar. Mas, como se trata de um claro texto de opinião decidi-me pelo outro. No entanto acho pertinente revela-lo também aqui nestes espaço, pelo menos a ligação [o link], pois assim poderá chegar a mais pessoas e com isso fomentar uma maior e melhor discussão, ou até abertura consciencialização para o tema. Nesse texto, intitulado de “Se para o Ambiente funcionou porque não o mesmo para a cidadania e civismo?”, pretendo chamar a atenção para uma positiva evolução e mudança de comportamentos e valores que aconteceram em Portugal. Falo da consciencialização ambiental, algo que aconteceu por diversas razões, entre elas: campanhas estatais e de várias organizações, instituições e associações ambientais, principalmente junto dos mais novos; mais e melhor acesso à informação, de um modo geral, e maiores índices de literacia, entre outros. Efectivamente hoje os Portugueses estão mais sensibilizados para estas questões, assumindo o seu papel enquanto membros de um sistema que só pode funcionar com a colaboração de todos – cidadãos e entidades responsáveis. Pode parecer óbvio mas não haverá lixo abandonado se os produtores o depositarem no sítio correcto, e a reciclagem só será sustentável se cada cidadão, em sua casa, fizer a separação e triagem dos resíduos.
Os bêbados - José Malhoa
  Esta consciencialização ocorreu pela divulgação e informação, especialmente nas escolas e em spots publicitários e diversas outras formas de comunicação e informação. Se isto foi possível para a causa ambiental porque não o mesmo para a cidadania e civismo de um modo mais lato? Especialmente no combate à corrupção!?

9 comentários:

  1. Bem não sei se a consciência ambiental é assim tão elevada... Basta saber que em Leiria está a ribeira mais Poluída da Europa!

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  2. Obrigado pelo comentário Romeu, claramente esse facto de que falas é um grave problema local e regional, para o qual pouco ou nada se tem feito. Mas nesse caso trata-se de um problema ambiental de uma determinada industria, nesse caso a pecuária.
    A consciência ambiental que falava era a do cidadão comum, especialmente das crianças e jovens que são os primeiros a condenar quem deita lixo para o chão ou que quase forçam os seus pais a separar os resíduos em casa.
    Somente implementando as coisas simples poderemos ambicionar as complicadas, sendo isto válido para muitos outros casos.

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  3. De facto, embora haja actualmente uma visão mais esclarecida, por parte de algumas pessoas sobre a forma de fazer reciclagem e de que devem, por exemplo, gastar menos água ou até, menos luz, estamos ainda muito longe de uma verdadeira consciência ambiental e de comportamentos ambientalmente sustentáveis. Penso não ser, ainda, possível afirmar que somos cidadãos ambientalmente civilizados e conscientes.

    A questão ambiental, para a maior parte dos cidadãos ocidentais e/ou citadinos, devido a questões associadas ao modo de vida urbano e também culturais, é de difícil e demorada conscencialização e alteração. As pessoas têm uma certa dificuldade em adquirir comportamentos diferentes dos que se habituaram a ver como ideais, estando esses comportamentos errados perfeitamente enraizados no seus modus vivendi. Assim, e por não conseguirem transpor a barreira da escala, isto é, não verificam conceptualmente que o seu comportamento possa ter um real impacto ao nível comunitário e planetário.

    Bom, o mesmo problema de escala se coloca na no caso da corrupção. A corrupção, por uma questão muitas vezes cultural, está também enraizada em determinadas regiões/países. Por outro lado, cada vez mais as pessoas são mais egoístas, isso conduz à falsa ilusão de que 1º - o seu bem está acima do bem dos outros; 2º - o seu bem não tem impacto sobre o bem comum/comunitário.

    Em ambos os casos, além do dano causado financeiramente ou ao nível da diversidade biologia e até sustentabilidade económica e ambiental/planetária, há ainda ao impacto social, e este deve ser o centro da questão. É através da não permissão e alteração de determinados comportamentos, e estabelecimento de uma auto-regulação social que passe pela denúncia, sem medo, que chegaremos à diminuição desses comportamentos.

    Actualmente não existe auto-regulação social nem global suficiente, é aquilo a que podemos chamar de inexistência de massa critica. Massa critica essa que, por ter opiniões próprias e comportamentos que vão contra o que está enraizado, acaba por ser ela própria excluída. É necessário esclarecer mais as pessoas, dota-las de maiores conhecimentos, para que se tornem mais criticas e conscientes dos impactos das suas atitudes e das dos demais.

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  4. Exactamente RJ, importa e é importante consciencializar. Essa acção terá de ser feita junto dos mais novos, tal como foi feito na questão da separação dos resíduos. Muito haverá por fazer, mas muito mudamos, isso é um facto. Se conseguimos mudar em alguns aspectos basta então seguir os mesmos caminhos para uma mais completa e melhor cidadania. Tal como RJ refere, essas mudanças não ocorrem num ápice, não se concretizam de um momento ou dia para o outro, é sempre uma acção a longo prazo. Então há que começar já para colher os frutos no futuro desse trabalho. Comecemos pelas escolas e mais novos e deixemos que isso se alastre pela sociedade.
    Quando à corrupção, muitas vezes é mesmo uma questão de informação e consciência que depende da indefinição entre o que é privado e o que é público. Entre o interesse privado e o colectivo.
    Muito obrigado pelo comentário RJ, muito bom, quer ao nível dos conteúdos, quer pela cuidada e elegante escrita.

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  5. Evoluimos em termos de cosciência ambiental? Não dei por nada...

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  6. Podemos não ter chegado ao ponto ideial, mas evoluimos seguramente. A separação de residuos é uma realidade em muitos lares Portugueses. Hoje também é socialmente condenável colocar lixo no chão às claras. Isso é um facto. Agora se muito ainda haverá por fazer? Sim há seguramente. Mas o principal ponto que queria reforçar é que as melhorias registadas só foram possíveis através da educação e consciencialização, ou seja, uma receita com provas dadas de sucesso. Agora basta seguir os bons exemplos!

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  7. É notória a transformação positiva no comportamento em relação ao ambiente; que para isso muito contribuiu a educação nesse sentido, não tenho dúvida alguma, aliás muito se ergue a partir daqui. É nesse âmbito que me ocorre esgrimir algumas considerações em relação à outra questão levantada no artigo, a construção da cidadania.
    Trata-se à partida de algo com traços mais complexos, sobretudo no que aos jovens se refere.
    Com efeito, para além de o ensino actualmente abarcar essa temática, do básico ao secundário, dos media o trazerem à luz da ribalta,aquele é algo que lhes está próximo, que de algum modo está ao seu alcance concretizar. E é fácil nesta matéria colher bons exemplos.
    Algo diferente se passa em relação à cidadania, e com ela a consciência política.A começar pela educação; ao longo dos tempos, tem vindo a ser arredada dos curriculos: deixou há muito de existir Introdução à Política, que apesar dos defeitos, tinha pelo menos o mérito de dar alguma informação.Posteriormente, essa tarefa passou para a Filosofia, nomeadamente através das opções que era possível fazer no 12ª ano, e que agora assume um lugar cada tragicamente residual.A Ciência Política, agora introduzida, não tem um lugar de relevo.O cidadão comum vive cada vez mais distanciado,tendendo a expressar a sua cidadania somente através do voto, e mesmo aqui se assiste ao progressivo divórcio, já que não se reconhecem naqueles que supostamente nos representam. Penso que a alteração do sistema eleitoral se impõe.Os políticos, esses, desfilam cada vez mais envergando as roupagens do descrédito, e ignorando o sentido do serviço público.Neste cenário, como pedir aos jovens a cidadania, o combate à corrupção? Sem referências, sem instrumentos para pensar, como operar a mudança de mentalidades e com ela os comportamentos?

    Mª Alcina do Carmo Dias

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  8. Claro cara Mª Alcina do Carmo Dias, urge educar e formar, assumir que os conteudos que visam o desenvolvimento cívico e da cidadania (onde incluo o combate à corrupção) são de estrema importância. Diria até que são estratégicos para o desenvolvimento do país.
    Tal como aconteceu na consciencialização Ambiental, isso terá de acontecer pelo ensino formal e informal. Terá de ser visto como uma prioridade estratégica, alocando fundos e meios para essa causa. Não vejo outra opção...

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  9. Micael!!!
    É esta atitude que eu procuro fazer com que as pessoas parem para pensar.
    Toda mudança de comportamento social não acontece de forma rápida.
    Tudo é muito lento e temos vários exemplos na História.
    Mas eu sou da opinião de que as atitudes tem que partir de cada um, não podemos apenas ficar esperando que alguma empresa multinacional ou grupo político inicie o processo.
    As pessoas acabam por se transformar por punições ou recompensas, são poucas as que mudam por suas próprias convicções.
    Temos que abrir a cabeça e evoluir sempre.
    Qualquer mudança por menor que seja é sempre uma mudança, mas primeiro temos que mudar a nossa forma de pensar e de um em um, juntos teremos uma revolução.
    Abraços.
    Lidia de Oliveira.

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